sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Crônica

O Homem Sardinha



Rafael Póvoa

Ponto de Ônibus. Tudo normal... no horário de sempre, devo chegar uns 20 minutos adiantado. Tranqüilo como um grilo.

Como se não bastasse um pequeno atraso, lá vem meu companheiro lotado. Dessa vez mais cheio que o de costume, equipado com braços nas janelas e bundas nas portas. Coração de mãe? Sempre cabe mais um. Dois, três...

Após heróico esforço, licenças, mochiladas e desculpas, obtenho êxito. Espreme daqui e aperta de lá, daqui a pouco estou na roleta. Ufa! Devo chegar uns 15 minutos antes.

Curvas radicais? Freadas inesperadas? Sem problema. Desafiando as leis da física é impossível um corpo cair nesse espaço. Nessa sinestesia de movimentos, sons e odores vamos que vamos, cruzando a cidade. Se o trânsito colaborar, chego uns 10 minutos...

“Vamos motô! Não cabe mais!”
Qual é o quê? Mais gente quer participar dessa história cotidiana. Estudantes, donas de casa, aposentados, trabalhadores... Avante! Não importa se estão indo ou voltando, ninguém quer ficar parado.

E, nesse ritmo, chego uns cinco minutos atrasado. Mas tudo está bem – ninguém precisa ficar desanimado – porque amanhã tem mais e, se meu amigo colaborar, chego no horário.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa,, ô saudades dessa cena. Vontade de pegar um Buritis/Centro agora tá... hehe.

Se em Belo Horizonte não tiver um investimento pesado em Desenvolvimento urbano e Trânsito o caos estará armado.

E diga-se de passagem, em Itabira não está muuito diferente não. Tá na hora de investir ao menos em Estacionamentos verticais no Centro.