sexta-feira, 1 de junho de 2007

Crônica

"Ao cair da tarde "

Sandra Cunha

Dezenove horas. As pessoas se preparam para voltar para o lar. A maioria, funcionários de uma grande empresa como tantas outras existentes neste país. Os empregados, travam solitários a luta diária dos próprios problemas, mas, no coração, quanto sentimentos em comum.

No final do expediente, a mesa do escritório, arrumada para o dia seguinte: os aparatos de trabalho, cada qual em seu devido lugar; as chaves do veículo já lubrificado e limpo, já se encontram no local correto à espera do próximo motorista, vassouras, baldes, rodos, tudo está na mais perfeita ordem, principalmente no setor de serviços gerais, para o bom andamento das demais áreas. Tudo, está organizado, pelo menos, a olhos nus, pois, o coração, sofre pelo amor traído, pelo amor sofrido, pelo amor platônico, pelo amor não correspondido e ainda não encontrado. E então, vem a solidão.

Nas ruas, nos pontos de ônibus, no trajeto de volta ao lar, o sentimento de vazio no peito. Aquela busca incansável pelo alívio que não encontra em lugar algum e nem sequer arrisca a dar um boa noite ao próximo que todos os dias passa no local sempre no mesmo horário.

Quantas pessoas sentem a solidão e nem sequer sabem que compartilham essa dor com tantos outros. É hora de olhar à frente, ao lado e atrás. Enxergar que sempre há a possibilidade de ser feliz, de encontrar o outro ou a outra que fará parte de sua vida. Quando se descobre o prazer de ouvir e ser ouvido é emocionante. Olhe no mais profundo dos olhos e só assim encontrará a verdadeira sensibilidade. Tem que haver cumplicidade, reciprocidade e verdade de sentimento.

Um coração triste declarou a um amigo que "amar é muito fácil, difícil é esquecer que um dia todo amor que tinha, deu para alguém" . Acredito que o amor aflora em qualquer época ou em qualquer hora, como ao cair da tarde.

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